Rumi

"O elefante se achava dentro de uma casa às escuras; umas pessoas da Índia o tinham levado ali para exibi-lo. E para vê-lo, várias pessoas entraram, uma por uma, na escuridão. Dado que ninguém podia ver o elefante com os olhos, cada uma procurava apalpá-lo nas trevas com as palmas das mãos. 'A mão de um pousou sobre sua tromba, e disse: "Esta criatura é como um cano por onde passa a água". A mão de outro tocou sua orelha: pareceu-lhe semelhante a um leque. Outro, tendo agarrado sua pata, declarou: "Opino que a forma do elefante é a de um pilar". Outro pousou sua mão
sobre seu lombo e disse: "Na verdade, este elefante é como um trono". 'Assim, cada um tinha sua própria versão sobre o elefante, segundo a parte que havia tocado. De acordo com a parte tocada e interpretada, suas afirmações diferiam: um homem o chamava A, outro Z. Se cada um deles tivesse levado um candeeiro para iluminar o lugar, a diferença teria desaparecido de suas palavras. O olho da percepção sensorial é somente como a palma da mão: a palma da mão carece de medidas para abranger a totalidade do que mede."

-- Rumi